Alteridade nas filosofias moderna e contemporânea
274 palavras
2 páginas
Síntese sobre o tema da alteridade nas filosofias moderna e contemporânea Sob a perspectiva filosófica da alteridade nas concepções moderna e contemporânea, começamos pela primeira, cujo expoente máximo foi o francês Descartes. Ele afirmava que o outro indivíduo existe apenas em nossa consciência. Tal percepção do indivíduo seria um fruto de nossa interioridade, uma representação, sendo assim não existiria então uma alteridade absoluta. A filosofia contemporânea também tratou o tema, em especial a corrente filosófica denominada “fenomenologia existencial”, da qual Sartre foi grande destaque. Este francês defendia uma ideia oposta a de Descartes, alegando que o “eu é uma função do outro”, pois apenas através do outro que uma consciência – um eu – pode vir a ser . E esta exterioridade, ou seja, o ato de sair de si para perceber o outro não constitui para o filósofo uma real alteridade, uma vez que a identidade do indivíduo encontra-se projetada no reconhecimento pelo outro, e este outro tiraria a subjetividade do indivíduo, criando uma espécie de atrito existencial, onde o ser almeja a aniquilação daquele cujo qual lhe tirou a subjetividade. E o “outro” são todos, sendo ele o inferno, serão também os outros, daí a famosa constatação de Sartre “o inferno são os outros”. Sartre ainda notou que o indivíduo poderia simplesmente ignorar o outro, ainda que tal tentativa de fugir do conflito seja meramente enganosa a si próprio, afinal, o “infernal” outro que objetifica estará sempre ali, permanecendo então o conflito. Se para Nietzsche “Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”, para Sartre, existe um “abismo infernal” nos olhando ainda que a ele nos tornemos