Alterações electrocardiograficas na raça negra
Resumo
Objectivo: Descrever as alterações electrocardiográficas em indivíduos de raça negra na faixa etária dos 18 aos 24 anos sem patologia cardíaca conhecida., relativamente a amplitude e duração do complexo QRS, morfologia do segmento ST e onda T e duração do intervalo QTc nas derivações precordiais.
Metodologia: Foram selecionados 45 individuos de raça negra dos 18-24 anos sem patologia cardiáca conhecida. Foram considerados critérios de inclusão e exclusão. A tipologia de estudo utilizada foi o descritivo simples, não probabilístico por conveniência. Para a recolha de dados foi utilizado um formulário, dividido em duas partes:
Parte A – registo dos dados biográficos e clínicos.
Parte B – registo dos electrocardiogramas.
O tratamento dos dados foi feito com base em estatística descritiva, utilizando medidas de tendência central, tabelas de frequência, medidas de dispersão, teste t-student e teste quiquadrado, com auxílio de SPSS.
Todos os indivíduos foram submetidos a um electrocardiograma de 12-derivações em decúbito dorsal.
Resultados: Dos 45 indivíduos analisados, 26 eram do sexo masculino e 19 do sexo feminino. Não houve diferença significativa entre os sexos relativamente a idade e a pressão arterial diastólica (PAD). A altura , peso, frequência cardiáca e pressão arterial sistólica (PAS) foi significativamente diferente entre os sexos. Dos dados obtidos verificou-se que a amplitude do QRS e duração do QTc não foi significativa entre os sexos, no entanto verificou-se diferenças significativas relativamente, a duração do QRS, morfologia do segmento ST e onda T. A duração média do QRS foi superior no sexo masculino (92,8ms) em relação ao sexo feminino (80,9ms). Dos indivíduos estudados 50,7% não apresentaram qualquer alteração do segmento ST, 49,2% apresentaram supradesnivelamento; o supra B (1-2mm) esteve presente em todas as derivações em ambos os sexos, sobretudo nas derivações precordiais direitas. O