ALIMENTA O
A partir do século XVI, os portugueses deram início à colonização das terras brasileiras. Gradativamente, parte da cultura indígena foi apropriada pelos brancos, para que esses pudessem se adaptar e sobreviver em um local tão distante de sua terra natal. Assim sendo, os portugueses tiveram que aderir à dieta alimentar indígena, que lhes era bastante estranha.
Sabemos que a caça, a pesca e a coleta de frutos e raízes eram a base da alimentação dos povos indígenas, sobretudo das nações Tupi e Guarani, as que tiveram maior contato com o europeu. Coletavam jabuticabas, maracujás, cajus e outras frutas silvestres típicas da flora brasileira. Caçavam capivaras e porcos do mato. Pescavam diversos tipos de peixe e assavam as carnes em espetos ou folhas de bananeira. O milho era cultivado por algumas tribos, dele se fazia a pamonha, mas a mandioca foi um dos alimentos mais importantes da dieta indígena e portuguesa no Brasil.
Aos ingredientes indígenas, os portugueses adicionaram o sal, o azeite, e o açúcar, temperos ainda desconhecidos dos índios. Os portugueses trouxeram para cá o vinho, o azeite, a cebola, o bacalhau, o queijo, o trigo, que foi substituído pelo uso da farinha de mandioca e de milho, além das especiarias citadas acima. O sal, o açúcar, a pimenta e outros condimentos, contudo, só chegavam até às mesas dos colonos mais abastados.
Na Casa Grande dos engenhos coloniais comia-se carnes de animais criados na fazenda, tais como galinhas, carneiros e perus. Peixes salgados, pescados no mar ou nos rios, legumes, hortaliças e frutas em abundância, cultivadas em hortas e pomares. Os talheres - faca, garfo e colher - eram raros e tornaram-se mais comuns entre a elite colonial no século XIX, após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil que trouxe para cá diversos costumes europeus. Somente as famílias mais abastadas utilizavam eles, já que utensílios de porcelana e talheres de prata eram artigos de luxo, importados da Europa ou das