Alienaçao
Em O Capital, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as
condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classes e na qual a propriedade privada seja
extinta. Para Marx, as estruturas sociais e a própria organização do Estado estão diretamente ligadas
ao funcionamento do capitalismo. Por isso, para o pensador, a ideia de revolução deve implicar
mudanças radicais e globais, que rompam com todos os instrumentos de dominação da burguesia.
Marx abordou as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo em
si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é
submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho – característica do industrialismo,
em que cabe a cada um apenas uma pequena etapa da produção –, o empregado se aliena do
Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será
trocada por produtos. O comércio seria uma engrenagem de trocas em que tudo – do trabalho ao
dinheiro, das máquinas ao salário – tem valor de mercadoria, multiplicando o aspecto alienante.
Por outro lado, esse processo se dá à custa da concentração da propriedade por aqueles que
empregam a mão de obra em troca de salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a
buscar produtos fora de seu alcance. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.
Reportagem referente a Trabalho e Alienação:
Em recente operação que fiscalizou oficinas subcontratadas de fabricante de roupas
da Zara, 15 pessoas, incluindo uma adolescente de 14 anos, foram libertadas de
trabalho escravo contemporâneo em plena capital paulista
São Paulo (SP) – Nem uma, nem duas. Por três vezes, equipes de fiscalização trabalhista flagraram
trabalhadores estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão produzindo peças de
roupa da