Alice viaja nas histórias & o elogio da leitur
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ALICE VIAJA NAS HISTÓRIAS & O ELOGIO DA LEITURA - por Rodrigo da Costa AraujoPara Maria Aparecida de Carvalho Daniel, Adakelma e todos os meus alunos
da disciplina de Literatura infantojuvenil e Artes Cênicas da FAFIMA
“ [...] é criativa uma mente que trabalha, que sempre faz perguntas, que descobre problemas onde os outros encontram respostas satisfatórias (na comodidade das situações onde se deve farejar o perigo), que é capaz de juízos autônomos e independentes, que recusa o codificado, que remanuseia objetos e conceitos sem se deixar inibir pelo conformismo” (RODARI, 1982, p.22).
Quem folheia Alice Viaja nas Histórias (2007), do italiano Gianni Rodari e com ilustrações de Anna Laura Cantone não tem como ficar encantado com as viagens, a memória de leitura e o deleite visual. Qualquer leitor atento experimentará o tédio e a imaginação, a descoberta e as transgressões, a memória e o elogio delicadíssimo da leitura.
Trata-se de uma obra indagativa, carente de descobertas; a escrita transpira, ofegante, um gesto que atravessa o leitor, espalhando-se todos os escritos de uma memória de leitura, do alimento da literatura. Leitura como sabor, saber, dissabor, elaboração mental, metáfora. As histórias pululam. Ora parecendo haver calma e tempo. Ora é crise, tédio, enjôo, mistura de euforia, pressa, amor, encanto, quase uma gargalhada. Como leituras fabricadas no interior dos baús. E a história cresce, cresce com outras histórias, múltiplos discursos, inúmeros livros.
Alice Viaja nas histórias cresce, alonga-se, como os tempos dos contos de fadas pelos séculos a fora, em profusão: palavras, pensamentos, vontades, acúmulo, leituras infinitas, páginas e paisagens. Uma biblioteca de Alice? E o livro multiplica-se, porque ele se alastra, e ri: enquanto houver histórias e livros, o leitor estará tomado, possuído dos pequenos recuos, dos adjetivos cheios, dos vocábulos encharcados, cobrindo, com folhas e leituras, as páginas. O desenho do