Alianças e interesses

Alianças e interesses
A autora Elisa Frühauf Garcia apresenta em seu texto uma discussão emblemática sobre as alianças que foram estabelecidas entre os guaranis missioneiros e os espanhóis, e também entre os minuanos e os portugueses. Tais relações se iniciaram com as missões que foram promovidas em torno das regiões fronteiriças do Império Espanhol no Rio Prata, pois naquele espaço existiam nativos que eram considerados infiéis. E também, no processo pela disputa luso-castelhana em dominar este território.
Através das missões organizadas pelos espanhóis, em alguns momentos esses contatos foram feitos de forma amistosa e em outros foram direcionados pelo interesse que existia entre o governo colonial e os índios, visando combater as constantes ameaças das pretensões expansionistas de outros estados e também as invasões de outras populações indígenas que não estavam agregadas e submetidas ao domínio espanhol.
Essas alianças estavam a todo o momento entrelaçadas a estereótipos. Ora os índios se beneficiavam deste e ora os colonos espanhóis, porém para a coroa era interessante manter e difundir os estereótipos, pois assim ela manteria o afastamento dos colonos em determinadas áreas. E os nativos por sua vez, preservariam a sua área frente à expansão da sociedade colonial. Cada um tinha o seu espaço, e ambos eram mantidos por interesses mútuos.
Em meio a este contexto muitos critérios e uniões foram estabelecidos. Porém, os índios eram vistos como infiéis mesmo existindo indígenas aldeados e cristianizados no interior das missões, pois eles agiam conforme a situação e demarcavam a sua presença com as identidades do seu povo. Assim, os jesuítas desconfiavam desta ligação dentro das missões, mesmo que embora ao visitarem os seus parentes, os mesmos levassem mercadorias, em especial a erva-mate e o tabaco, que supriam a necessidade da tropa temporariamente. Contudo, não somente os jesuítas e os espanhóis, mas também os portugueses colocavam em questão a sua