algumas fisicas
— de uma viagem a Santarém1 que começa no dia 17 de julho de 1843, quando ele toma um velho barco, em companhia de amigos, em Lisboa. O autor cita a derrocada do governo da Restauração que, nas suas palavras, tinha a intenção de “livrar a gente de um governo de patuscos, que é mais odioso e engulhoso dos governos possíveis”. Faz então o elogio de fumar a bordo, ao lado de alguns viajantes: um grupo de atletas de
Alhandra que voltava das touradas de Praça de Santana e um grupo de homens de beira-mar da região entre
Porto e Aveiro. Disputavam os do norte contra os do sul para saber qual era o homem mais forte: o boiadeiro ou o homem do mar. Um dos marinheiros decide a peleja ao perguntar: quem é mais forte? Um touro ou o mar? Pois se é o mar, claro está que será mais forte o homem que luta contra o touro que o homem que luta contra o mar!
Capítulo II
O autor afirma que sua obra será uma “obra-prima, erudita, brilhante de pensamentos novos”, que será ao mesmo tempo “símbolo” e “mito” do “progresso social português”, que ele define como resultado de dois princípios opostos que andam sempre juntos: o “espiritualista”, simbolizado por Dom Quixote, e o “materialista”, representado por Sancho Pança.
A expedição chega a Vila Nova da Rainha, que o autor define como “asqueroso lugarejo”. De lá, parte de carona na carroça de um amigo, L. S. Reclama do estado das estradas e defende que os ministros sejam obrigados a viajar pelo reino, única maneira de mantê-las cuidadas. Chegam ao povoado de Azambuja, mais asseado e bem cuidado. Espera-os, à entrada do antro que lhes servirá de hotel-restaurante-café, uma bruxa à porta...
1 Santarém, conquistada pelos mouros em 715 d.C. foi reconquistada pelos portugueses definitivamente em 15 de março de 1147 por D. Afonso Henriques de maneira audaciosa. Com um pequeno exército, assaltou a cidade à