Algo realmente novo em gestão
Em 2002, dois psicólogos israelenses - Daniel Kahneman e Amos Tversky - ganharam o prêmio Nobel de Economia, a mais alta distinção que um pesquisador de qualquer campo pode almejar.
Psicólogos? Economia? Deve ter coisa interessante aí. Tem sim.
Kahneman e Tversky (seu parceiro já falecido) saíram a campo para examinar a maneira pela qual pensamos. Sua conclusão foi a seguinte:
“... pensar direito (pensar rigorosamente) em situações que envolvam risco, não é natural. Geralmente nos damos por satisfeitos com avaliações superficiais que vêm rapidamente à mente e que nos parecem plausíveis, e isso independe do nível de preparo intelectual da pessoa”.
Pare aqui leitor. Releia.
Quer dizer, seja você um Einstein ou um “pé rapado” intelectual, a tendência é que escolha (você está de dieta), um sanduíche que “tem apenas 25% de gordura” e não um que seja “75% livre de gordura”, apesar de serem exatamente a mesma coisa. São a mesma coisa, mas não soam como sendo a mesma coisa, entende? Você decide pelo que parece ser não pelo que é.
Nós, que somos naturalmente péssimos estatísticos, ficamos ainda piores em situação de risco. Se alguém levanta uma possibilidade de que algo horrível possa acontecer com um filho seu, mesmo que a possibilidade seja remotíssima, você não consegue pensar em outra coisa. Seja sincero: você inventa um pretexto e liga para se certificar se está tudo bem, não liga? Liga três vezes por dia, não liga?
Esse tipo de viés (bias, em inglês) está programado em nós e influencia muito a qualidade de nossas decisões. Em situações que percebemos como sendo de risco então é uma festa, porque o medo amplifica nossa natural superficialidade no pensar.
Após ganhar o Nobel, Kahneman passou a ser muito requisitado por grandes corporações desejosas de aperfeiçoarem seus processos de decisão. Muito justo: empresas são “máquinas de decidir” - que produtos lançar, que investimento fazer, que empresa comprar ou