Alfabetização e letramento
1. Introdução
Atualmente, estamos passando por um momento de transformação de idéias e práticas pedagógicas, em função das pesquisas ocorridas nas últimas décadas. Essas pesquisas desencadearam uma revolução conceitual, uma mudança de paradigma.
Hoje, sabemos que os conteúdos escolares não são aprendidos somente pela memorização, eles requerem mais que isso, uma nova construção conceitual. Para aprender a interpretar, redigir textos, refletir sobre eles e sobre a escrita convencional não basta memorizar definições e seqüências de letras e sílabas. É preciso construir conceitos e princípios complexos. A compreensão das regras de geração do sistema de escrita depende de um processo sistemático de reflexão a respeito de suas características e funcionamento.
Para se alfabetizar, a criança precisa refletir sobre a escrita e compreender o funcionamento do sistema alfabético. Não é uma tarefa simples, pois exige um alto nível de elaboração intelectual por parte do aprendiz.
O desafio do educador é organizar as atividades de sala de aula, a partir dos estudos e pesquisas atuais na área da linguagem, proporcionando a possibilidade de uma aprendizagem da língua oral e escrita de acordo com suas características. Para isso é indispensável considerar que a prática pedagógica deve ter a participação ativa e construtiva por parte do aluno e o professor necessita intervir para que a aprendizagem aconteça.
A criança não constrói seu conhecimento por acúmulo de informações, a grande maioria tem curiosidade, quer aprender e se orgulha por estar aprendendo coisas novas. Mas, para que isso ocorra, ela passa por um processo de reorganização de conhecimentos. O aprendiz é protagonista do seu próprio processo de aprendizagem. É alguém que vai produzir, pois irá transformar as informações que recebeu em conhecimento próprio para melhor assimilá-la. Essa construção, pelo aluno, não se dá por si mesma e no vazio, mas a partir de situações nas