Alfabetização em Busca de um Método
Pesquisas evidenciam que a questão do método é objeto de estudo em todas as décadas, mas sua presença só foi significativa nos anos 50 e 60. (A alfabetização estava sim, em busca de um método). A pergunta que hoje se coloca, voltava-se para qual o melhor método para alfabetizar? Em um passado já distante, a soletração; depois, a silabação, ou a palavração, a sentenciação, o método global. De forma mais abrangente, o caminho da parte para o todo (da sílaba à palavra, à sentença, ao conto ou ao texto), isto é, o caminho em direção a síntese - os métodos sintéticos; ou o caminho do todo para a parte (do conto ou texto à sentença, à palavra, à sílaba, à letra), isto é, o caminho em direção a análise – os métodos analíticos; ou ainda a alternância entre a parte e o todo – os métodos analítico-sintéticos, ou ecléticos. FREIRE (1960) apresentou uma proposta de alfabetização que rompeu com muitos aspectos constitutivos dos métodos tradicionais de alfabetização – Capítulo 4 de Educação como prática de liberdade apresenta em notas de rodapé, classificações de métodos de alfabetização e se inclui entre aqueles que propõem um “método eclético”, que abarca (...) a síntese e a análise, propiciando o analítico-sintético. (...) Paulo Freire criou, segundo SOARES (2004), uma concepção de alfabetização, como meio de democratização da cultura, como oportunidade de reflexão sobre o mundo e a posição e o lugar do homem, no quadro de uma também concepção de educação como prática de liberdade, como conscientização. SOARES (2004) explica que nos últimos anos ocorreu uma radical mudança de paradigma em relação ao processo de alfabetização. Pesquisas sobre a produção acadêmica e científica a respeito da alfabetização mostram uma predominância da psicologia. Entretanto são vários os eixos epistemológicos subjacentes às concepções psicológicas. Numa perspectiva histórica, ao analisar estes eixos, verifica-se por um lado, a persistência do