Alfabetização de crianças cegas nas séries iniciais
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ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA CEGA NAS SÉRIES INICIAIS1 Ricardo Ferreira de Souza* Maria Helena Dias Fratari** Resumo Este trabalho teve como proposta fazer uma reflexão sobre a alfabetização da criança cega. Como trabalhar com crianças com deficiência? Isto é possível? Desde os primórdios, a educação de modo geral vem passando por significativas transformações. No que diz respeito ao trabalho com as crianças cegas, percebe-se inúmeras mudanças até em relação aos novos paradigmas que tem norteado a Educação Especial como um todo. A priori a educação era confiada somente às instituições, onde as pessoas cegas viviam num sistema de internato e ali permaneciam até a conclusão do Ensino Fundamental. Somente eram inseridas na escola comum a partir do Ensino Médio pautando-se num modelo integracionista. A partir da declaração de Salamanca, na década de 90, intensos debates sobre inclusão dos deficientes deram novos rumos à educação das pessoas com deficiências em geral culminando em um novo olhar, buscando novas propostas, repensando novas diretrizes para melhor nortear a prática docente, no sentido de atender as especificidades da criança cega e ou com deficiência. A pesquisa bibliográfica, base para a elaboração deste artigo, evidenciou a necessidade de atentar-se para as práticas pedagógicas que melhor se adéque às peculiaridades da criança com cegueira. Não só os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), como também os demais estudiosos pesquisados demonstram a necessidade de um aprimoramento no desenvolvimento do trabalho pedagógico com crianças cegas visando sua integração ao mundo que a rodeia. Desse modo, cabe ao professor desenvolver a autonomia social e intelectual da criança para que essa se veja enquanto sujeito no processo, desenvolvendo suas criticidades para que se torne um cidadão. Palavras-chave: Cegueira. Educação Especial. Prática Docente.
Introdução
No Brasil a educação de pessoas cegas tem um marco inicial em 1854, quando D. Pedro II, pelo do