Alexandre e a Realeza
“Levaram-lhe também um pequeno cofre, considerado como a mais rica e mais preciosa jóia por ele ganha na derrota de Dário; e perguntou aos seus favoritos o que lhe parecia mais digno de ser posto dentro. Uns lhe disseram isto, outros aquilo. Mas ele disse que ali colocaria a Ilíada de Homero para guardá-la dignamente. Isso testemunham e escrevem todos os historiadores mais dignos de fé.”1 Plutarco nos mostra em sua obra “Vidas Paralelas, Alexandre e César” a estima que o monarca macedônio possuia pela cultura (ou Paidéia?) grega quando este decide como bem mais valioso dentre tantos outros, guardar uma cópia da Ilíada dentro do precioso cofre. Alexandre, de “terras bárbaras” e expoente de Homem Grego, tornou-se rei da Macedônia na idade de 22 anos, após o assassinato de seu pai, o rei Filipe II. O jovem monarca obteve uma educação esmerada nos princípios da Paidéia Grega e teve muitos preceptorescomo, por exemplo: Leônidas, parente da mãe de Alexandre, a rainha Olímpia; Lisímaco, de Acarnânia; e o filósofo de Estagira, Aristóteles. Neste presente trabalho, teremos como objetivo em analisar os conceitos de Paidéia para a formação do rei Alexandre, o Grande. Para tanto, utilizaremos como fonte o já citado trabalho de Plutarco, “Vidas Paralelas: Alexandre e César”. Para chegarmos nessa formação de Alexandre como o Homem Grego, utilizaremos textos de Claude Mossé, Marvin Perry –para uma contextualização da época do declínio das cidades gregas e a ascensão de Alexandre-, Werner Jaeger e outros que estarão inclusos em nossa bibliografia. Devido a complexidade do termo “paidéia”, seguiremos os passos de Werner Jaeger em considerar que este termo tem como princípio a formação, por meio da educação, do Homem Grego por intermédio da cultura. Wegner, para a definição de cultura, nos diz que ela é “[...] a totalidade das manifestações e forma de vida que caracterizam um povo.”2. Porém, Jaeger ainda ressalta que “paidéia”, além dos termos cultura e