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RECEITUÁRIO AGRONÔMICO
Luiz Alberto da Silveira Mairesse
Santa Maria, 15/07/02

INTRODUÇÃO No Brasil, de 1992 a 1999, as vendas de agrotóxicos apresentaram crescimento muito grande, passando, respectivamente, de 947 milhões para 2,3 bilhões de dólares (TSUNECHIRO & FERREIRA, 2000), com estimativas que superavam os 2,5 bilhões de dólares para o ano de 2000. (Estimativas estas, que acabaram por se confirmar). Por outro lado, apesar do consumo crescente de agrotóxicos, os prejuízos devidos às pragas têm aumentado mundialmente, de tal maneira que para um acréscimo de dez vezes no uso de pesticidas entre 1940 e 1990, correspondeu a uma duplicação nas perdas por ataque de pragas, com agravante de uma maior intensidade de problemas de toxidez, acúmulo de resíduos e resistência a insetos (CARVALHO, 1999). Quase sempre, quando se refere à contaminação ambiental por agrotóxicos, destaca-se como de fundamental importância, senão a única, a toxicidade em si do produto químico, pouca ênfase se dando à forma de utilização do mesmo. Entretanto, talvez seja esta a principal via de contaminação ambiental, quando a falta de cuidado durante a aplicação ou mesmo a falta de prevenção da sua dispersão, mesmo que seja inevitável. Há que se considerar que mesmo o inevitável pode ser minimizado de tal forma a não causar prejuízos significativos aos seres vivos e ao ambiente em geral. Para ilustrar, um produto altamente tóxico e persistente, quando aplicado adequadamente, pode ter um efeito no ambiente bem menor do que um produto de pouca toxidez, utilizado de maneira inconseqüente. Evidentemente, que se juntarem os dois aspectos positivos (produtos pouco tóxicos e utilização adequada) destas situações, teremos as condições ideais para proteção ambiental. Um exemplo disso é o recente trabalho realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA 2001), quando não foram encontradas contaminações significativas de alimentos por agrotóxicos em