Alerta: você está no escuro

Os mercados vivem mais uma sessão monotemática, para variar. Aos 40 do segundo tempo, em pleno rali eleitoral, nem poderíamos esperar outra coisa...

Quem diria que o principal gatilho para os ativos em geral viria de Ibope e Datafolha, ambos esperados para hoje à noite.

Se aprendemos algo durante estas eleições (aprendemos muito), é que há sim relação entre política e economia e política e os mercados de capitais, por mais “absurdo” que isso ainda possa parecer a alguns.

Nessa levada, as ações brasileiras sofrem mais um tombo e o real perde mais valor para o dólar, que se sustenta nos R$ 2,50...

Alguém aí viu os dados de manufatura da China acima do esperado? Ou deu importância para os dados favoráveis da economia brasileira?

Falo daqueles dados que foram publicados, é claro...

01:42 O viés do desemprego (favorável?)

A taxa de desemprego caiu para 4,9%, o melhor resultado para um mês de setembro desde 2002. Foi a boa notícia do dia. Foi?

Trata-se de uma indicação favorável, não muito mais do que isso. É contaminada por uma série de vieses do indicador, que já debatemos desde outros Carnavais...

1. A População em Idade Ativa vem crescendo em ritmo superior à geração líquida de empregos. Ou, só há redução da taxa de desemprego porque parcela da população simplesmente desistiu do mercado de trabalho. 


2. Para reforçar o ponto, os últimos dados do Caged alertam: pior resultado de criação de vagas de trabalho desde para um mês de maio desde 1992, pior junho desde 1998, pior julho desde 1999, pior setembro dos últimos 12 anos...

3. Enfrentamos o maior processo de desindustrialização da história brasileira. Isso inevitavelmente recairá sobre o mercado de trabalho. A indústria demitiu cerca de 60 mil pessoas em setembro. 4. A divulgação dos últimos dados nacionais de emprego (Pnad Continuada) foi adiada para depois das eleições de primeiro por conta da greve no IBGE e posteriormente envolta na polêmica revisão de números. Falando