Alergia ao leite
A alergia às proteínas do leite de vaca desenvolve-se, principalmente, em crianças menores de dois anos, fase na qual o leite de vaca representa uma das principais ou única fonte de nutrientes. Assim, sua exclusão pode comprometer a qualidade nutricional da alimentação. Para lactentes, é difícil a substituição total do leite de vaca por alimentos sólidos(4), de modo que é necessário o uso de substitutos administrados em mamadeira para que a ingestão diária de energia e nutrientes seja adequada. Fórmulas à base de soja podem ser prescritas para pacientes com reações mediadas por IgE, sem sintomas gastrintestinais e com idade superior a seis meses. Para os demais lactentes, recomendam-se fórmulas à base de hidrolisado protéico e, se não houver remissão dos sintomas, indicam-se as fórmulas à base de aminoácidos. Com relação às fórmulas a base de aminoácidos, é notável o percentual de profissionais em nosso estudo (40%) que não incluiu tal fórmula como opção terapêutica, visto que, nos casos mais graves, esta é a melhor alternativa. Alguns profissionais indicaram como substitutos adequados o leite de cabra, fórmulas lácteas sem lactose e fórmulas com proteínas lácteas parcialmente hidrolisadas, condutas inadequadas para o tratamento das alergias às proteínas do leite de vaca. Caso os sintomas desapareçam com a introdução de leite de cabra, por exemplo, deve-se considerar que, provavelmente, a hipótese diagnóstica de alergia às proteínas do leite de vaca não é correta, sendo necessário planejar a realização de teste de desencadeamento.
Bebidas ou sucos à base extrato de soja foram considerados por vários profissionais como possíveis substitutos ao leite de vaca. Contudo, a maior parte destes produtos não são fortificados e/ou formulados especificamente para a faixa etária do lactente, o que pode ocasionar ingestão insuficiente de nutrientes, principalmente cálcio. Ao comparar a ingestão de nutrientes de crianças com alergia