ALEMANHA ORIENTAL
Esse é o argumento do filme de Wolfgang Becker, que já é o mais assistido da história da Alemanha com mais de seis milhões de espectadores. Muito se tem falado sobre Adeus, Lênin!, em muitos sentidos. Há quem diga que o filme é anticomunista, como há também quem diga exatamente o contrário. Isso ocorre, em parte, porque o filme, ao mesmo tempo em que coloca uma visão extremamente crítica do assim chamado “socialismo real” , ou seja, do Estado operário deformado; a partir da queda do Muro mostra também o capitalismo em sua face mais degradada e decadente. Assim, se por um lado o “socialismo” se apresenta na repressão brutal a manifestações pela liberdade de imprensa, nas dificuldades económicas e num grupo de escoteiros que entoam canções bucólicas de exaltação à pátria bem à la realismo socialista; a chegada do capitalismo traz as empresas estatais sendo fechadas (não se encontra mais os pepinos Spreewald), tirando o emprego dos “heróis operários” , a irmã de Alex abandonando a faculdade de Teoria Económica para ser atendente do Burger King e se casar com o “inimigo da classe” , o gerente.
A descrição deste cenário inóspito, onde o novo tão esperado não é em nada uma superação positiva do velho, tem que ser entendida como expressão da subjetividade das pessoas que ali viveram e vivem. Ajuda saber que hoje, na Alemanha Oriental, restam apenas um quarto dos postos de trabalho que se tinha em 1989 e a taxa de desemprego é de 19%. Que essa situação assombrosa deu margem ao surgimento de um sentimento de