Notícias | Terça-Feira, 04 de junho de 2013 | | | JC e-mail 3987, de 12 de Abril de 2010. | | 11. A qualidade da escola pública: a necessidade de novos consensos, artigo de Luciano Mendes de Faria Filho | | | "Ao abandonar a escola pública, a classe média - profissionais liberais, acadêmicos, profissionais da mídia - passou a discutir a qualidade da educação dos filhos dos outros, pois seus filhos estavam (e estão) na escola privada"Luciano Mendes de Faria Filho é professor de História da Educação da UFMG e pesquisador bolsista do CNPq. Artigo enviado pelo autor ao "JC e-mail": Não há dúvida que existe hoje, na sociedade brasileira, um grande consenso sobre a baixa qualidade da escola pública, seja esta dimensionada por critérios internos ou externos ao sistema escolar. As tentativas recentes de melhorá-la e a acentuada melhoria em certas variáveis da cultura escolar - qualidade dos livros didáticos, por exemplo - ainda não se fizeram sentir no conjunto do sistema. Felizmente, hoje, a qualidade da escola pública é uma questão que preocupa os governos nos diferentes níveis, acadêmicos, profissionais da mídia e a população de um modo geral. Se há consenso quanto ao diagnóstico sobre a situação atual, o mesmo não ocorre com as explicações sobre como chegamos a essa situação e nem quanto às possíveis saídas para o problema. Proponho uma discussão sobre estes dois aspectos na expectativa de que possamos avançar na produção de novos consensos, que nos permitam atuar de forma coletiva na mesma direção. Em muitos dos diagnósticos para a chamada "queda de qualidade da escola pública" no Brasil está presente, quase sempre, a ideia de que a mesma piorou na medida em que os mais pobres a ela tiveram acesso. Isto é apenas parte da verdade. Em primeiro lugar porque a escola pública que existia no Brasil antes da massificação do ensino já era uma escola em que, de 100 crianças que entravam, apenas 50 ou 60 passavam na primeira série e, sobretudo, apenas 12 ou 14