Alcoolismo e família
Falar sobre alcoolismo em nossa sociedade é tocar num assunto melindroso e delicado. As pessoas que bebem e os seus familiares têm a tendência de negar o vício porque não querem ver seus nomes expostos na sociedade, diante das outras pessoas. Com isso, muitas famílias sofrem caladas e não conseguem reunir forças para buscar ajuda para o problema. Por medo ou vergonha de procurar ajuda, a doença do alcoolismo e suas consequências vão se agravando cada vez mais.
O alcoolismo não atinge apenas pessoas adultas, mas cresce assustadoramente o uso abusivo por parte de jovens e crianças. Estima-se que 15% da população mundial sejam dependentes de álcool. Uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas, utilizando uma amostra de 15.000 estudantes em 10 capitais brasileiras, revelou que 51,2% dos jovens entre 10 a 12 anos já experimentaram alguma bebida alcoólica e, dentre estes, 15% bebem regularmente (Teixeira L. 2004). A grande que pergunta que se faz é a seguinte: Quais as consequências para uma criança que cresce em um ambiente onde se faz uso constante de bebidas alcoólicas?
Crescer em uma família que possui um alcoolista é sempre um desafio, principalmente quando falamos do contato direto de crianças e adolescentes com esta realidade. Filhos de alcoolistas apresentam risco aumentado para transtornos emocionais e dificuldades escolares. Filhos de pais alcoólicos têm uma forte tendência em consumir bebidas alcoólicas ou buscar alívio em outros tipos de drogas mais pesadas comparando com crianças onde não há alcoolismo na família. No entanto, também é um grupo com maior chance para o desenvolvimento de depressão, ansiedade, transtorno de conduta e dificuldades de entrosamento com outros colegas e pessoas da sociedade.
Em relação ao desenvolvimento de problemas físico-emocionais, é predominante a baixa autoestima nas crianças, dificuldade de relacionamento, ferimentos acidentais, abuso físico e sexual.