ALCOOL COMO UMA QUESTÃO SOCIAL
O uso do álcool na sociedade ocorreu em todas as culturas, desde os tempos antigos. A partir do século XIX, com as grandes mudanças econômicas, políticas e sociais, a intensidade do álcool aumentou. O capitalismo vai se consolidando e as grandes mudanças trazidas pela modernidade vão empurrando o homem aos vícios que a sociedade e a vida moderna lhe apresenta.
O alcoolismo surge como uma das expressões da questão social e problema de saúde pública, uma vez que o uso desregrado do álcool tem se justificado como uma saída para aliviar os problemas pessoais e familiares. Por refúgio ou não, o homem acaba aceitando sem nenhuma resistência, e como encontra abrigo temporário e imediato, acaba se entregando cada vez mais. Aí é que vem depois a dificuldade de sair dessa situação.
Sendo considerado um dos maiores problemas sociais do nosso tempo, originando perturbações do comportamento, violando os direitos básicos do indivíduo e dos outros, o alcoolismo é um grave fenômeno de dependência que, de forma dramática, tem marcado a sociedade nos últimos anos.
O alcoolismo é uma doença do foro psíquico e também, sobretudo, uma doença social. Mas os alcoólatras não podem ser tratados como "coitados", incapazes de aceitar sua condição e reverter seu quadro de alcoólatra marginalizado socialmente para um indivíduo sóbrio e reintegrado ao seu convívio social. Tanto é que os profissionais que lidam com os alcoólatras, tanto quanto as instituições, tais como o A.A. (Alcoólatras anônimos), são unânimes em dizer que a vontade de parar de beber deve vir primeiramente do indivíduo. A origem e o fim partem do próprio homem, até porque, hoje em dia, as ações cotidianas de uma pessoa produzem consequências globais. Ou seja, é a causa e o efeito.
Podemos então tratar o alcoolismo como um fato social, afinal, Durkheim afirmava que um fato social consiste na maneira de agir, pensar e de sentir exercida sobre o indivíduo, e que os fatos sociais deveriam