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Os arqueólogos são cientistas que estudam documentos muito diferentes dos documentos escritos: são pedras, objetos, pinturas em rochas, vestígios de fogueiras há séculos apagadas. Todos esses são documentos de povos que viveram muitos e muitos anos atrás naqueles lugares em que se encontram os vestígios. Em muitos casos, foram povos que não deixaram documentação escrita e cujos hábitos podem ser conhecidos através de análises que os arqueólogos fazem desses materiais.
Cada grupo humano se comporta, pensa, trabalha e se distrai de maneira toda sua: as técnicas de fabricar instrumentos de trabalho, as maneiras de preparar os alimentos, de plantar, as roupas que as pessoas vestem, os ornamentos que usam, tudo isso faz parte da sua maneira de viver, de sua cultura.
Quando um povo desaparece e os objetos que ele usava são encontrados, eles passam a constituir vestígios dos quais podemos tirar informações.
Em geral, os vestígios ficaram no lugar onde aquele povo vivia ou freqüentava. Sobre eles vão-se depositando finas camadas de poeira, resultante da ação da chuva e dos ventos sobre o solo e as rochas. Com o decorrer dos milênios essas camadas podem atingir vários metros de espessura.
Enquanto os vestígios arqueológicos estão sob a terra, nada os altera. Quando encontrados, podem ser estudados pelos arqueólogos que utilizam métodos de trabalho e técnicas de análise que permitem, a partir deles, tirar conclusões sobre a cultura e a história dos povos que fabricaram e usaram aqueles objetos.
Quando um arqueólogo estuda um sítio, ele vai retirando pouco a pouco as camadas de sedimentos. As primeiras camadas são as mais recentes, e quanto mais se aprofundam as escavações, maiores são as possibilidades de achar solos com vestígios mais antigos.
Descobrir os objetos é descobrir também o solo daquela época e a forma como foi utilizado. Nas fogueiras, as análises dos restos de carvão permitem datar a época em que esse solo foi habitado.
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