ajuda e dialogo
A experiência é comum, tão comum que quase nos passa desapercebida: alguém pede ajuda a um outro que tenta corresponder. Um cristão procura seu diretor espiritual ou seu pároco, uma mãe de família expõe a sua situação a uma assistente social, um delinqüente se entretém com uma reeducadora, ou simplesmente um homem ou uma mulher se dirigem a um de seus semelhantes, em quem confiam, a fim de falar-lhe de problemas mais ou menos complicados com que estão às voltas. Não é fácil conseguí-lo! Quantos de nós não tivemos já ocasião de sentir a nossa incapacidade para corresponder ao pedido do próximo. Quanta gente em dificuldade não ficou, dum encontro do qual muito se esperava, com o sentimento de não ter sido compreendida. O fracasso da ajuda é um fenômeno bastante comum para que alguns creiam poder concluir: ninguém nunca ajuda a ninguém. Cada um deve resolver por si mesmo. E se acontece que, não poucas vezes, o que pede sai do encontro momentaneamente aliviado, fato é que ele recai depressa nas suas dificuldades e tudo tem que começar de novo. O assistido social pede novos auxílios, o dirigido novos encorajamentos e novos conselhos. Desse modo, alguns se instalam numa situação de assistidos perpétuos, sem que a ajuda que se lhes oferece tenha por resultado colocá-los em melhores condições de agir por si mesmos frente aos seus problemas. Também não é raro que a resposta ao pedido pareça depender de fatores a respeito dos quais nada se pode fazer. Uma esposa quereria que você a ajudasse a restaurar a união no seu lar, mas o marido não se preocupa absolutamente nem pede nada a você; a situação dessa família é tão miserável, a sua reputação é tal que é praticamente impossível reunir as condições que parecem necessárias para fazê-la emergir de sua angústia. Um homem maduro acha-se de repente desprovido de recursos e lhe telefona, pedindo-lhe trabalho: você não tem um para indicar-lhe, nem vê ninguém a quem possa