Ajuda aos pobres - interpretação do passado
Na antiguidade, não podemos dizer que não existissem pobres e miseráveis. A pobreza era o estado daqueles que não contavam com meio de subsistência, ou porque eram velhos e doentes ou porque não tinham arrimo para sustentá-los, como as viúvas e as crianças órfãs ou abandonadas. O sistema socioeconômico ̶ nômade, semissedentário ou sedentário, baseado na pecuária e agricultura de subsistência ̶ oferecia trabalho para todos os membros da tribo ou clã. A miséria só parecia em época de crise econômica, causadas pelas invasões, guerras, catástrofes, que, destruindo cidades, habitações e lavouras, provocavam a falta de alimento e de trabalho.
A assistência aos pobres, aos velhos, aos abandonados constituía, então, responsabilidade da família, clã ou tribo; cada um tomava conta dos seus e a maneira de assisti-los variava de uma tribo para outra, segundo os usos, os costumes, as crenças etc... É interessante notar que estes usos, costumes, preconceitos e tradições influíram sempre de maneira decisiva não somente sobre o modo de tratar os assistidos, como também na maneira de considerar as causas e os efeitos dos males sociais.
A ideia de prevenção ou de reabilitação era quase desconhecida, apesar de encontrar-se nos escritos de Aristóteles uma referência sobre a necessidade “ajudar os pobres dando-lhes o material necessário para que se tornem artesãos”.
Uma série de regras religiosas comandava as atitudes a serem observadas em relação a viúvas, pobres, crianças abandonadas, doentes, prisioneiros, escravos e viajantes.
Encontram-se em alguns países e em algumas épocas exemplos de assistência mútua; por exemplo, entre os judeus desterrados na Babilônia, e, mais tarde, em Roma, entre os escravos libertos.
Em relação ao auxílio ao próximo, a Bíblia nos fornece informações sobre muitos dos costumes, que provavelmente eram também os das nações vizinhas. Assim no Êxodo (21 e 23-3) encontramos normas contra o roubo, a sedução, a calúnia e a magia; no