Ainda não tenho trabalhos feitos
Enquanto isso, Catherine Zeta-Jones não chega a brilhar aos olhos dos espectadores, mas convence como a mulher com medo de se relacionar. Já Aaron Eckhart entra em cena com destaque, acrescentando energia ao filme no papel do imprevisível Nick, mas perde sua força à medida que Sem Reservas se desenrola. Como se não bastasse, Zeta-Jones e Eckhart não encontram aquela química capaz de contagiar a platéia e, se é possível compreender os motivos pelos quais estas pessoas deveriam ficar juntas, jamais se chega a torcer para isso.
Mas Abigail Breslin funciona maravilhosamente e faz o resto funcionar. A capacidade de tornar um filme mais interessante graças à sua atuação é digna de grandes atores e, enquanto em Pequena Miss Sunshine o material ajudava, em Sem Reservas a pequena garota consegue tornar-se o principal atrativo. Breslin tem a habilidade de conseguir ser adorável e real ao mesmo tempo, mostrando timing cômico e ótima presença nas cenas dramáticas. Com uma das mais convincentes expressões de choro do cinema americano, a atriz torna-se o verdadeiro núcleo do filme, tornando convincente não apenas o relacionamento de Zoe e Kate, mas também o de Kate e Nick.
É uma pena, portanto, ver a acomodação de Scott Hicks na narrativa. Um cineasta que conheceu os holofotes com o ótimo Shine – Brilhante poderia ter arriscado mais. Não arriscou e Sem Reservas é uma comédia romântica irregular, com diversas falhas e clichê, mas que ainda mantém alguma qualidade. A maior delas é solidificar a carreira de Abigail Breslin, uma garota que, a cada trabalho, deixa de ser apenas uma gracinha para se firmar como uma verdadeira