Aids no contexto hospitalar
Aids no contexto hospitalar: Manejo Psicológico
Ana Paula Barreiros e Italany A. da Silva Barbosa1
Resumo
Nos últimos anos, a humanidade, cercada pela incredulidade, pelo medo, num misto de atitudes e comportamentos que revelam os mais variados preconceitos, vem convivendo cada vez mais com casos ligados à AIDS. Muitos ainda se surpreendem com a existência de uma doença infecto-contagiosa fatal num momento em que a civilização dispõe de remédios modernos e eficazes, vacinas, exames e cirurgias complexas. Durante muito tempo estas idéias cercaram a doença e o imaginário da população. Porém, somente agora é que se vem falando mais abertamente sobre trabalhos e pesquisas com pacientes portadores do HIV. Neste artigo buscamos enfocar como ocorre o atendimento multidisciplinar nos ambulatórios, os aspectos psicológicos e o trabalho do psicólogo com estes pacientes.
Palavras-chave:
atendimento, crenças, aspectos psicológicos, intervenção psicológica.
Este trabalho ilustra que, como toda doença, a AIDS não é apenas um fenômeno biológico, mas envolve múltiplas dimensões da vida social e necessita, portanto, da elaboração de constantes representações sociais que dêem conta de explicá-la e inseri-la na ordem cultural. Por se tratar de um tema de grande investimento do imaginário da sociedade – contágio, sexo, morte, amor, paixão e drogas –, as representações elaboradas para se pensar o risco da AIDS atualmente são múltiplas, complexas e plenas de tensões e contradições. 1
Ana Paula Barreiros e Italany A. da Silva Barbosa são estudantes da Faculdade Ruy Barbosa do curso de
Psicologia.
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Por isso a AIDS suscitou tantas reações de medo, pânico, preconceito e discriminação, desde o seu aparecimento, e, até mesmo, atitudes irracionais que acreditávamos não mais existirem neste momento de avanços tecno-científicos das ciências médicas. Neste processo de construção social da AIDS,