Agrotoxicos
Suzana Pádua - Doutora em educação ambiental, presidente do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, fellow da Ashoka, líder Avina e Empreendedora Social Schwab.
26 de Maio de 2009
A doutora Mary Pearl, em aula inaugural no início deste ano, na Escola Superior de Conservação Ambiental e
Sustentabilidade (Escas), parecia prever a Gripe Suína, ou influenza A (H1N1), que avassalou o mundo, contaminou
12 mil pessoas, matou mais de 80, e deixou a todos com enormes incertezas. Mary foi diretora por mais de 15 anos do Wildlife Trust, instituição que tem na Medicina da Conservação um de seus principais pilares. Esta é uma ciência nova que emergiu em decorrência dos desequilíbrios ambientais que propiciam novas doenças, ou a incidência desenfreada de outras que se encontravam em estado latente. De modo a responder à complexidade do que vem ocorrendo, a Medicina da Conservação se alicerça em conhecimentos da própria medicina, do clima, da veterinária, da engenharia florestal, da ecologia e tantas outras áreas do saber, em busca de explicações e, mais importante, na previsão de doenças que podem se tornar epidemias ou pandemias, como é o caso da recente Gripe Suína.
A migração de doenças não é fato novo. Desde as grandes navegações que se tem notícias de epidemias levadas de uma nação a outra. Todavia, o desmatamento e a perda das áreas naturais vêm contribuindo para a insurgência de novas doenças, ou a proliferação das já conhecidas, agora mais freqüentes, tanto em seres humanos quanto na vida animal. E o ritmo tem se intensificado drasticamente. Segundo dados trazidos pela Dra. Pearl, em períodos de apenas cinco anos, mais de 40 novas doenças aparecem ou reaparecem, em todos os continentes. Grande parte tem origem na vida silvestre, o que leva desavisados a quererem acabar com a fauna, por exemplo.
Este foi o caso da matança de bugios no Rio Grande do Sul (veja abaixo). Vistos como responsáveis pela febre
amarela,