Agroindustria
NO ESTADO DE SÃO PAULO.
O cultivo de cana-de-açúcar é uma das atividades econômicas mais antigas no Brasil.
Com suas origens no período colonial, especialmente na costa do Nordeste, analisada por autores como Celso Furtado (1959) e Caio Prado Jr (1945). Como destaca Gonçalves (1998), no atual estado de São Paulo a ocupação das regiões de Itu, Campinas e Piracicaba entre meados do século XVIII e a segunda metade do século XIX foi estabelecida com base na produção açucareira. Tal atividade foi bastante relevante até a produção de café passar a ser predominante não apenas na economia paulista, mas também na economia nacional.
Após a crise internacional de 1929 e a conseqüente quebra da economia cafeeira (Cano, 1988), a cana-de-açúcar foi uma das produções agrícolas que entraram em seu lugar no estado de São Paulo, ao lado da cotonicultura e da pecuária. Como destaca Ramos (1999) a economia canavieira paulista registrou grande crescimento em decorrência de sua proximidade as mais importantes áreas consumidoras do país, num período de intensa urbanização na região Sudeste. A região ultrapassou a produção nordestina nos anos 1950, passando a ser a mais importante área de produção, reforçando tal característica após a implantação do PROALCOOL em 1975 (Ramos, op cit.).
Os trabalhadores desta agricultura em transformação, na metade do século XX, eram predominantemente pequenos proprietários agrícolas (Durham, 1973), que perderam suas terras no processo de concentração fundiária ocorrido durante o processo de expansão capitalista na agricultura paulista e sua conseqüente subordinação à economia urbana. Mello (1976) e Saint (1980) apontam que este processo resultou na criação de uma força de trabalho que apesar de trabalhar em ocupações temporárias na agricultura, vivia nas periferias das cidades.
A cultura canavieira era um dos cultivos que utilizava esta força de trabalho, que de acordo com Durham (1973) migrou