Agro
O manejo da diversidade genética, que consiste em resgatar, avaliar, caracterizar, selecionar e conservar recursos genéticos de uma espécie e o melhoramento participativo desempenham atualmente papel relevante em comunidades de agricultura familiar. Uma estratégia definida com base no Plano de Ação Global para Segurança Alimentar da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) refere-se ao uso e à preservação da diversidade genética de milho, dentro das comunidades rurais. Assim, o uso de metodologia participativa torna-se de crucial importância para o desenvolvimento de trabalhos com pequenos agricultores. Essa estratégia de ação tem sido utilizada em algumas comunidades brasileiras e indica variedades locais importantes nos processos adaptativos de germoplasmas de milho.
Pesquisa avaliando genótipos de milho obtidos de agricultores de diferentes locais do Brasil, revelou que a variedade Caiano de Sobrália, selecionada por agricultores da região de Sobrália-MG, destacou-se pelo desempenho geral dentro das características avaliadas. Essa variedade tem demonstrado potencial produtivo igual ou superior ao de variedades melhoradas de alto rendimento. Tal comportamento confirma a importância das variedades locais, sobretudo como fonte de germoplasma, embora possuam às vezes características indesejáveis, principalmente aquelas relacionadas ao porte das plantas, ciclo e susceptibilidade ao acamamento e ao quebramento.
Embora o sistema orgânico de produção não restrinja o uso de híbridos, as variedades são preferidas, pois uma variedade de milho, por ser formada por um conjunto de plantas com características comuns e geneticamente estáveis, com os devidos cuidados em sua multiplicação, pode ser reutilizada sem nenhuma perda de seu potencial produtivo, permitindo ao produtor produzir sua própria semente a um preço inferior. Mesmo adquirindo a semente de variedade, todos os anos, o custo para se plantar um hectare com um