agricultura
Antônio Márcio Buainain
Carlos Guanziroli
Mário Otávio Batalha
Resumo
O universo da agricultura familiar no Brasil é extremamente heterogêneo e inclui, desde famílias muito pobres até famílias com grande dotação de recursos. Embora a utilização da categoria “agricultura familiar” seja útil e desejável para fins de formulação de política, é preciso tratá-los como diferentes entre si no que diz respeito à geração e difusão de tecnologias. As perguntas relevantes são: que especificidades devem ser levadas em conta para a promoção da inovação nos ambientes econômicos nos quais se inserem os diversos tipos de agricultura familiar? Como ampliar a efetividade do esforço tecnológico voltado às realidades da agricultura familiar? As questões relacionadas ao grau de especialização e inserção ao mercado são cruciais. Um conjunto de fatores de natureza diversa, desde condições macroeconômicas e especificação das tecnologias, até características particulares dos agricultores familiares, parece explicar as dificuldades enfrentadas por esse segmento para ampliar sua base tecnológica no mesmo ritmo registrado para a agricultura em geral. É desejável combinar instrumentos segundo as diferentes configurações sociais, condicionantes sócio-econômicos da região, qualidade da terra, características dos produtores, etc. Romper com a lógica de modelos fechados de políticas públicas e desenhar políticas abertas, flexíveis e adaptáveis às particularidades e demandas das comunidades.
Palavras-chave: agricultura familiar, inovação tecnológica, política agrícola.
1- Introdução
Qualquer análise da inovação tecnológica na agricultura familiar brasileira deve levar em conta tanto a inserção como os parâmetros estruturais que conformam este segmento. É comum caracterizar a agricultura familiar como um setor atrasado do ponto de vista econômico, tecnológico