Agricultura e os cultos de fertilidade
129. Personificações míticas - Em todas essas crenças e costumes nos encontramos perante o “poder” da colheita representada como tal.Existem inúmeras cerimônias em todo o mundo que supõe,de maneira mais ou menos manifesta, um poder personificado no qual as figuras; os nomes e a intensidade variam. Diz-se ia que esta personificação da “força” ativa na vegetação se realiza completamente quando os ceifeiros fazem, com as ultimas espigas, uma figura que se assemelhe o mais possível a figura humana, habitualmente uma figura de mulher, ou decoram mesmo uma pessoa com palha, dando-lhe o nome do ser mítico que ela represente. Podemos citar como exemplo a cerimônia dos indígenas, na qual eles acreditam que para que o milho produza muito, deve ser feita a “mãe do milho” (zama-mama), como os pés feitos de milho de maneira a parecer uma mulher. Esta figura é conservada até a colheita seguinte, mas por volta do meio do ano os “feiticeiros” perguntam-lhe se ela se sente com forças para chegar o até o fim, caso a zama mama responda que se sente fraca, queimam-na e fazem uma nova “mãe do milho” para que a semente do milho não morra.
Ás vezes, testemunha-se grande respeito para com os representantes humanos do “poder” personificado na colheita. Outras vezes, pelo contrário zomba-se deles. Essa duplicidade parece ser devida a dupla função que o ceifa as últimas espigas pode desempenhar: identificado ao “espírito” ou ao “poder” agrícola, caso contrário,zomba-se deles.
130. Sacrifícios humanos – Todos esses atos têm um sentido ritual preciso e fazem parte de um cenário dramático que foi conservado intacto em certas regiões. Na Vendeia, a fazendeira é envolta numa palha e é levada para debulhadora e empurrada para debaixo dela. Depois é retirada do meio das espigas e estas são debulhadas, mas a mulher é lançada ao ar numa cobertura, como se ela própria fosse o trigo que houvesse de moer. A lavradeira sofre, simbolicamente, o drama do