agreste
AGRESTE
Maria Fagundes de Sousa Doca
E NA REGIÃO fitogeográfica brasileira, por Martius denominada Hamadryas, de forma oblonga, tendo sua maior dimensão no sentido NE-SO e situada mais ou menos entre 3o e 13° de latitude sul e 35° e 48° de longitude W. Gr., que se encontram esses tufos vegetativos, verdadeiros parques ajardinados, conhecidos pelo sugestivo nome de "agrestes".
Num solo pedregoso, duro ou areento, onde condições higrométricas escasseiam, consegue a vegetação previdente expandir-se, após uma floração na qual predomina o amarelo, com "frutos providos de asas ou envolvidos em espessas polpas farináceas facilitando a germinação" (Ph. von Luet-zelburg).
Sem preocupações heliotrópicas desenvolvem-se os "agrestes" em árvores altas e isoladas, de troncos erectos, bem formados e intercalados de arbustos. A folhagem de toda a vegetação desse belo parque, tanto, arbórea, quanto arbustiva é, em geral, coriácea e organizada de modo a resistir à perda excessiva da água pela evaporação, caducando, contudo, na estação estival. Solo atopetado de relva e embelezado de longe em longe por palmeiras de pequeno porte, nele se transita facilmente, livre como é dos arbustos xerófilos e das cactáceas hostis, que tanto enfeiam e amaranham os ressequidos matos caatingais.
Difere das demais vegetações nordestinas pelo seu hábito e pelo seu habitat. É uma flora intermediária entre a mata e o sertão. Árvores que crescem cerca de dez metros, só as ultrapassando em altura os espécimes das matas verdadeiras. Vegetação de caráter subxerófilo, contenta-se com ambiente semi-árido, de escassas condições higrométricas.
Acham-se os "agrestes" disseminados por todo o Nordeste e encontram-se de preferência junto à mata da encosta atlântica constituindo transição florística entre esta zona e a do sertão ou, qual franja, orlando as matas