Agostinho marques perdigão malheiro
Por Sonia Ferreira Jobim de Carvalho[1]
Eu via a escravidão, com repugnância e mesmo horror, persistente entre povos cristãos e em nossa querida pátria. Este sentimento era espontâneo e despido de qualquer vício ou defeito; o meu espírito e coração aspiravam à liberdade e à emancipação. Agostinho M. P. Malheiro
"Muitos me chamarão de aventureiro, e sou, só que de um tipo diferente. Sou dos que põe a vida em risco para demonstrar suas verdades." Essa citação é de Ernesto Guevara de la Serna, nascido na segunda década do século XX. Diferente do revolucionário argentino Che Guevara, Agostinho não foi aventureiro e nem colocou a vida em risco para demonstrar suas verdades. E diferente do Che, ele ficou no quase anonimato. Até este momento. Apesar dessas diferenças, Agostinho fez de sua vida, um caminho em direção a um ideal. Pensando na democracia, mais ampla que a grega, vê os africanos e seus descendentes como cidadãos, com direitos a cidadania brasileira, com direito de serem chamados brasileiros. Ele sonhava com uma nação, construída por cidadãos livres. E por este sonho, comprometeu sua vida pessoal e sua saúde física. Alguns abolicionistas o chamaram de incoerente diante da recusa em manter a defesa da Lei do Ventre Livre. A História mostra que estas pessoas estavam equivocadas em sua avaliação e mais que isso, não tinham a visão ampla sobre o futuro do país que estava sendo gestado. Mas quem foi Agostinho? Quem foi este homem, chamado por alguns historiadores atuais de um dos ‘grandes figurões da elite imperial’?
Agostinho, nascido dia 5 de julho de 1824 no sul de Minas Gerais, Brasil, na Vila da Campanha da Princesa é filho de Agostinho Marques Perdigão Malheiro, imigrante vindo do norte de Portugal, da região Entre-D’Ouro e Minho. A família