Obra resenhada: AGONIA E ÊXTASE. The Agony and the Ecstasy. Direção de Carol Reed. Twentieth Century Fox Filme Corporation. EUA: 1965. São Paulo: Twentieth Century Fox Home Entertainment Brasil, 2005. DVD (138 min), color. Desde antes do período renascentista era comum a contratação de artistas pelos chamados mecenas para a execução de diversas funções, como a arquitetura, pintura e escultura. Tais mecenas poderiam ser homens de negócios, comerciantes, príncipes ou mesmo papas. A obra Agonia e Êxtase, de 1965, é um exemplo clássico dessa relação, em que mostra Michelangelo como contratado do Papa Júlio II para pintar o teto da Capela Sistina no período da Renascença italiana, porém o artista começa a apresentar traços que destoam da estética regente no período, causando certas indiferenças. A relação entre os dois explora conflitos éticos e morais: enquanto um vivia para Deus, o outro vivia pela arte, contrapondo a concepção religiosa com a artística e para analisar os motivos dessas divergências é importante analisar o contexto da época. A história se passa na atual região do Vaticano no período da Renascença, ou seja, um modelo artístico definido pela beleza e a disciplina da forma , entretanto muitos historiadores acreditam que a estética já se encontrava em decadência. Segundo Arnold Hauser1 "Talvez o classicismo seja contrário à natureza humana e requeira uma autodisciplina a que os homens não conseguem se submeter durante muito tempo", o autor2 também afirma que para as novas gerações, despedaçadas por conflitos, o equilíbrio e a ordem pareciam desprezíveis, portanto a aceitação incondicional das regras parecia autotraição. Dessa forma fez-se necessário um movimento que bebesse nas fontes das estéticas anteriores e fosse capaz de transformá-las de forma inédita, o chamado maneirismo, que além disso previu inovações do século posterior. Este, foi caracterizado pelo surgimento de novas ideais definidas por valores mais místicos, irracionais, ambíguos e