Agonia e êxtase – análise crítica
Aluno: Lucas de Oliveira Santos
Prof. Msc. Edney Menezes Nogueira
Agonia e Êxtase – Análise crítica
Agonia e Êxtase (The Agony And The Ecstasy) é um clássico (1965) com enfoque no renascimento italiano, e que toma como pretexto a conflitante relação entre Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (1475-1564), o famoso pintor e escultor Michelangelo, e o papa Júlio II, um dos homens mais poderosos e influentes dos seus dias, pai de três filhas, marido de algumas esposas, e comandante de exércitos. Júlio II conquistou territórios para os Estados Pontifícios, anexando as regiões de Parma, Ferrara e Módena. Michelangelo foi pelo Papa contratado para pintar o teto da Capela Cistina, mas, evidentemente, não sem causar forte abalo no esplêndido berço do universo do mundo medieval onde anteriormente dormiam bem acomodadas a cultura e a religião. O artista é mostrado no filme como uma relevante figura na sociedade de Florença, de talento e habilidades artísticas ímpares, que está criando, dentre as suas obras-primas, aquela que se tornaria a mais memorável. Esse processo de criação, no entanto, se configura a partir de uma tensa relação, à qual caberia até mesmo desafiar o próprio Papa, que naqueles dias já não figurava como o homem mais poderoso do mundo, embora ainda permanecesse entre os mais poderosos. A relação entre o artista e o Papa explora os conflitos éticos e morais da época. Enquanto um vive para Deus, o outro vive para sua arte. Daí surge um embate entre a fé, de acordo com a concepção medieval, e a vontade do artista. Aquela era a época do humanismo renascentista, da proposta de "o homem ser o centro do pensamento filosófico", o que se opunha ao teocentrismo, que por sua vez colocava "Deus no centro do pensamento filosófico". O antropocentrismo surgiu a partir do renascimento cultural, que ao contrário do que muitos pensam, não foi uma negação de Deus, mas essencialmente uma volta às origens do cristianismo e a revalorização do