agonia e extase
Apesar desse problema básico, “Agonia e Êxtase” obtém sucesso quando trata-se de retratar os bastidores da criação de uma das maiores obras-primas da humanidade, e ao mostrar como o período entre 1508 e 1512, em que Michelangelo pintou o teto da Capela Sistina, mexeu com o gênio. Posicionando sua câmera no alto dos andaimes onde o artista passou quatro anos pendurado, Reed nos dá a dimensão do tortuoso processo, e da pressão sofrida pela constante cobrança de um papa que, se protegia Michelângelo e patrocinava as artes – chamado de o Papa Guerreiro, foi um dos maiores incentivadores da arte a sentar no trono de São Pedro – também mostrava-se ansioso para ter seu túmulo, “o maior do cristianismo no Vaticano”, desenhado e esculpido.
É uma pena que essa relação tão bem construída entre Harrison e Heston não tenha um complemento à altura nos elementos que a cercam. O filme foi indicado aos oscars de direção de arte, fotografia, figurino, música original e som ( não ganhou nenhum ) mas, a rigor, não apresenta nada de impressionante ou acima da média em nenhum dos quesitos. Mesmo a fotografia, que poderia explorar as nuances de luz e sombra no teto da capela sistina – e talvez fazer um balanço com o humor e o espírito inquieto do protagonista – é burocrática, optando pela iluminação de