Agente administrativo
NÍVEL INTERMEDIÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
LIBÓRIO
Esta façanha pode ser atribuída a Libório, personagem curiosa que provavelmente nunca existiu. E que, sem ter existido, viajou muitos anos pelo
Nordeste, realizando falcatruas com engenho, de sorte que as vítimas ficavam sempre em situação ridícula.
2
No sertão bárbaro, onde se perdoa facilmente o assassino, as ofensas à propriedade são punidas com rigor excessivo, pois a fazenda é escassa e a população cresce demais. Contudo as malandragens desse herói, produto de ficção popular e cabocla, provocam simpatia e riso. Porque revelam inteligência e malícia, a reduzida inteligência e a malícia grossa existentes no roceiro. E mostram que a pecúnia subtraída se achava nas mãos de indivíduos incapazes, dignos de ser depenados.
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Admitamos que o caso se tenha dado com essa figura de sonho.
4
Libório chegou a certo lugarejo onde ninguém o conhecia. Ou antes onde o conheciam como sujeito morigerado, trabalhador e de espírito curto.
Cigano por natureza, adotava caracteres diferentes e acomodava-se a vários ofícios. Dessa vez era agricultor - e honesto.
5
De saco no ombro e chiqueirador, tangendo o comboio, parou diante dos armazéns, propondo um negócio mastigado, cheio de curvas e mal-entendidos. Ao concluir a transação, depois de regateios e embelecos infinitos, havia percorrido todas as ruas, estacionando em todos os balcões, feito confidências a todos os caixeiros. Cercado por um rancho de basbaques, descarregou os animais, questionou sobre o peso e o preço da mercadoria, recebeu a paga, que foi contar vagarosamente na calçada.
Sentou-se, dividiu as cédulas, as pratas e os níqueis em lotes, resmungou, mexeu os dedos. Amarrou tudo num lenço vermelho e meteu o lenço na capanga. 6
Em seguida pediu um conselho. Não levava pelos caminhos aquela fortuna, que os arredores fervilhavam de