Agenda Nacional
Introdução A juventude, aqui compreendida como construção social e histórica, pode ser considerada um dos mais significativos momentos do ciclo da vida para se investigar e propor saídas para muitas das crises e mutações que tomam forma na contemporaneidade em diferentes esferas do social, em especial, no mundo do trabalho. As condições culturais e biológicas específicas dos e das jovens os/as tornam mais expostos/as aos dilemas sociais, deixando-os mais visíveis para a sociedade como um todo.
Tradicionalmente, os estudos que buscam definir a condição juvenil assinalam que a passagem da escola para o mundo do trabalho, ao lado da independência em relação à família de origem e da constituição de um novo núcleo familiar, constitui-se como marco fundamental no processo de transição para a vida adulta. Se mesmo em outros momentos históricos contestava-se a seqüência ou os significados destes marcos para diferentes perfis de jovens, as análises mais recentes indicam que este processo tornou-se mais complexo.
As transformações na esfera do trabalho a partir dos anos 1970, refletidas na crise da sociedade assalariada, ao lado da crescente escolarização e da simultânea dificuldade de inserção no mercado de trabalho enfrentada por muitos jovens, de significativas transformações nas dinâmicas familiares e do enfraquecimento dos mecanismos sociais de proteção, embaralham os marcos de entrada na vida adulta, tal como previamente concebidos.
Apenas para citar alguns exemplos do que pode ocorrer: o período de formação estende-se, e não há necessariamente entrada no mercado de trabalho; a independência financeira pode não ser acompanhada pela saída da casa dos pais ou pela constituição de uma nova família. Muitas outras combinações entre trabalho, escola e família são possíveis e, além disso, ampliam-se as possibilidades de que essas combinações sejam marcadas por