Afrodite e Hefesto
E assim, por ordem do rei dos deuses, Hefesto recebeu o seu prémio e Afrodite viu-se obrigada a casar com o deus feio, disforme e coxo, que apenas lhe inspirava um sentimento de indiferença. Sempre apaixonada, traía o marido tanto com imortais como com belos mortais desde que lhe agradassem, adornando-se com as belíssimas joias que o deus metalúrgico fabricava para ela, pensando conquistá-la assim.
Uma das grandes paixões de Afrodite, foi Ares, o violento senhor da guerra. O par amoroso encontrava-se durante a noite, no próprio palácio de Hesfesto, durante as suas frequentes ausências, para que Helios, o deus do Sol, inimigo de Ares, não descobrisse os seus encontros secretos. Para isso, deixava sempre o jovem Electrion, seu confidente, de guarda, para os avisar quando chegasse a alvorada.
Ora aconteceu que, uma noite, Electrion deixou-se dormir, e Helios, que tudo vê e tudo ouve, ao passar com o carro do Sol por cima do palácio de Hefesto, descobriu os dois amantes e, sem demora, foi avisar o senhor dos vulcões. Este, cheio de raiva e roído de ciúmes, fabricou uma finissima rede, quase invisível, que presa à cama, envolveria os dois apaixonados e da qual não se poderiam libertar.
Este tema mitológico foi tratado por grande número de pintores desde o Renascimento, entre eles Botticelli, Tintoretto, e Mark van Heemskerck.
Cerca de 1555, Jacopo Tintoretto pinta a tela acima apresentada, medindo 1,35m de comprimento x 1,98m de largura, adquirida em 1925 pela Antiga Pinacoteca de Munique, na Alemanha, onde se encontra.
Nela, podemos apreciar Vénus reclinada no leito e que