africa
Sinto que só pude verdadeiramente compreender o continente africano, quando percebi as multifaces de sua cultura. Hoje entendo perfeitamente que houve – e infelizmente ainda há – um equívoco no tratamento referencial relacionado a esse continente e a seu povo. É necessário entender quem olha, a maneira como se olha e, o mais importante, o contexto em que se olha.
Atualmente percebo que os conhecimentos sobre a África, outrora legitimados pelos que detinham todos os saberes, apoiavam-se em um “olhar imperial” que sempre procurou atender aos desejos e aos interesses dos colonizadores. Neste momento passei a entender que o olhar que nós lançarmos sobre a África precisa envolver “ o eu e o outro” para que compreendamos as nossas diferenças e similitudes, a começar pela palavra.
Equívocos, pré-noções e preconceitos sobre a África decorrem, na sua maioria, das lacunas do conhecimento quando não do próprio desconhecimento sobre o referido continente. A África sempre foi analisada pejorativamente. O mais grave dessa deturpação, como já foi citado anteriormente, é que essas idéias estão legitimadas pelos que são considerados mais capazes, como Hegel que, erroneamente, afirma “a África não tem povo, não tem nação, nem Estado, não tem passado, logo, não tem História”.
Durante os módulos até então presenciados, pude romper fronteiras consideradas intransponíveis no que concerne à África para que preconceitos, por longo tempo arraigados, pudessem vir a ser questionados.