Africa- travessia
Eram povos de diferentes lugares da África, com características físicas e culturais próprias, que trouxeram consigo hábitos, línguas e tradições que marcam profundamente o nosso cotidiano. A maioria dos africanos entrados no Brasil saiu da região localizada ao sul do Equador, pelos portos de Benguela, Luanda e Cabinda. Outra parte considerável saiu da Costa da Mina, pelos portos de Lagos, Ajudá e São Jorge da Mina. E um número menor saiu pelo porto de Moçambique.
Guerra e Escravidão
Conseguir pessoas na África para vendê-las na América foi um negocio altamente lucrativo e que durou mais de 300 anos. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizá-los como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste, principalmente. Desse negócio participaram europeus, africanos e americanos de diferentes condições sociais. Entenda seu funcionamento acompanhando o esquema:
Passo nº 1: os traficantes forneciam tabaco, aguardente, pólvora e , sobretudo, armas de fogo aos chefes africanos e, em troco, exigiam prisioneiros de guerra.
Passo nº 2: de posse dessas armas, os chefes africanos faziam guerras e obtinham prisioneiros.
Passo nº 3: os prisioneiros eram negociados com os traficantes, que os vendiam na América como escravos.
Instalou-se, assim, na África, um verdadeiro círculo vicioso: guerras eram feitas para obter prisioneiros, trocadas por armas de fogo e pólvora que eram usadas em novas guerras. A conseqüência mais trágica da chegada dos europeus ao continente africano foi justamente o surgimento de um novo tipo de guerra entre os africanos: a guerra para obter e vender pessoas a traficantes especializados.
Em números Para alguns historiadores, enquanto durou o trafico, a América recebeu cerca de 15 milhões de africanos; 40% deles (6 milhões) foram trazidos para o Brasil. Esses africanos trouxeram consigo não apenas sua força de trabalho, mas também suas culturas que hoje fazem parte do nosso modo de