Aforismo
Data: 02/04/2013.
Refletir sobre a produção de culpa a partir da educação nas escolas é algo que nos leva a pensar no real papel que a sociedade ocupa dentro de suas casas como pais, mães, irmãos, filhos, professores, diretores, pedagogos e psicólogos, todos tem participação direta ou indireta sobre esse assunto. A idealização dos filhos como filhos, dos alunos de livro e das escolas como salvadoras e redentoras está longe de contribuir para a formação de indivíduos que criem sua própria forma de viver, mas cada vez mais incentiva a reprodução daquilo que se ‘adapta ao sistema’ que é dito e visto como normal perante a sociedade.
O psicólogo que há muito é visto como o que dá as respostas para os problemas se ocupa dessa posição e por vezes não se dá conta de sua própria reprodução. Implicar-se como profissional parece ser uma tarefa difícil justo para quem desenvolve a sensibilidade da observação, da escuta, da reflexão e que muitas vezes é o dispositivo de mudança, ou pelo menos deveria ser. A escola me parece em algum momento, servir de ‘isca’ para os psicólogos identificarem qualquer rastro de loucura ou de ‘anormalidade’ na personalidade de uma criança podendo dessa forma mensurar a inteligência, por exemplo, de um autista. Na história da Psicologia sabemos que ela nasce para trazer respostas, dar nome, enquadrar, adaptar o homem a sociedade e ao trabalho, tudo que não se adapta de forma tranquila acaba sendo um desafio para o profissional que atua nessa área, o que não deveria ocorrer. A escola é local onde a não adaptação ao convívio social aparece, onde a dificuldade de entendimento surge, onde a reprodução do que é vivido e visto em casa fica mais claro e muitas vezes aparecem como doença, como anormalidade.
Deixar de pensar em como mudar a estrutura de um indivíduo para que ele adapte-se ao sistema já é uma forma de transformar, desconstruir essa ideia de normal e anormal, de adaptável e de não adaptável, do que se