Afeganistão
Em 7 de outubro de 2001, a força internacional liderada pelos Estados Unidos deu início aos bombardeios no Afeganistão em resposta aos atentados terroristas perpetrados pela Al-Qaeda pouco menos de um mês antes, em 11 de setembro.
Dez anos - e mais de 13 mil vidas perdidas, entre civis e militares - depois, o conflito continua sem resolução. Mais que isso, espalhou-se para países vizinhos e mergulhou os Estados Unidos em mais uma guerra que não se sabe se está ganhando ou perdendo.
Barack Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos em 2009 com a promessa de retirar os militares americanos do país antes dominado pelo Taleban.
O cronograma proposto pelo presidente prevê a retirada completa das tropas até o fim de 2014, mas as dúvidas sobre a capacidade das forças afegãs em manter a segurança local por conta própria colocam em xeque a viabilidade do fim da empreitada americana.
Afeganistão
Um inferno para as mulheres
Nascer no Afeganistão não é um bom começo de vida para ninguém. No país que é um dos cinco mais pobres do mundo e o segundo mais corrupto, 70% da população sofre de desnutrição e a expectativa de vida é a mesma de um adulto na Inglaterra da Idade Média: 43 anos. As arcaicidades de origem tribal, acrescidas de três décadas de guerra, deixaram o Afeganistão num tal estado de atraso que Cabul, a capital, só recentemente recebeu seu primeiro semáforo – que poucos viram funcionando, já que ele está quebrado dia sim e o outro também. Na tentativa de controlar o trânsito, policiais gesticulam inutilmente em meio às vias sem faixas, por onde carros velhos trazidos do Japão ziguezagueiam entre mendigos, mutilados e crianças, que vendem de frutas a galinhas.
O Bazar Mandavi, maior centro comercial de Cabul, tem uma ala para fabricantes de burcas – uma centena deles. Penduradas lado a lado, no mesmo tom de azul, parecem todas iguais. Shahpoor Zaheri, de 41 anos, mostra diferenças no bordado e no tecido.