Aescola
Antes das grandes mudanças económicas e políticas surgidas durante os séculos XVIII e XIX, com o comércio de marfim e escravos, pode-se afirmar com alguma segurança que a sociedade Ajaua era caracterizada por uma economia agrícola, cultivando cereais diversos.
As linhagens matrilineares organizavam-se localmente na base de um grupo de irmãs, de suas filhas casadas e dos filhos solteiros, todos sob chefia de um irmão mais velho designado por ASYENE MBUMBA, que podemos traduzir por Guardião da linhagem. O ASYENE MBUMBA para o exercício do seu cargo era obrigado a mudar a sua residência e das suas mulheres para a aldeia do grupo sororal. Como a maior parte dos trabalhos agrícolas (sementeiras, sacha e colheitas) eram feitos pelas mulheres e filhos solteiros, os homens adultos dedicavam-se a caça e a pesca em grande escala.
Para além da agricultura, da caça e da pesca, os Ajauas desenvolveram o fabrico de instrumentos de ferro: enxadas, machados, armas. Com estes produtos, os Ajauas estabeleceram contactos comerciais com Quíloa, Zanzibar, Ibo e com Ilha de Moçambique. Nas viagens à costa do Índico, os Ajauas trocavam tabaco, artefactos de ferro, peles de animais e Marfim por sal, tecidos e missangas.
A partir de 1840/50, os grandes Estados Ajaua das dinastias Mataca, Mtalica, Makanjila e Jalasi, tinha no comércio de escravos o pilar da sua economia. As jovens escravas obtidas nas razias eram tornadas esposas dos homens livres.
O trabalho produtivo dos escravos (homens e mulheres) na agricultura e dos homens no artesanato aumentou consideravelmente o poder económico e político dos chefes e modificou o ordenamento habitacional do território Ajaua.
É nessa época que surgiram as grandes aglomerações habitacionais onde viviam agrupadas as esposas dos chefes. O primeiro soberano Mataca tinha 600 esposas dispersas por oito aldeias, das quais um