Adoção tardia de crianças negras
Laisa Augusta Nicodemos1
Marcela Freitas de Paula2
RESUMO
A adoção tardia é um tema polêmico, envolvendo preconceitos, mas de relevância social, pois vem atender a demanda das crianças que estão abrigadas à espera de uma família. Considerando essa realidade, o presente artigo refere-se a problemática da adoção de crianças negras o que concerne a contradição existente entre o número expressivo de crianças maiores a serem adotadas e o número de famílias que se encontra na lista para adoção. Este estudo tem como intuito conhecer as origens históricas da adoção assim como a questão racial está sendo contemplada nesse processo.
Palavras-chave:.Adoção inter-racial. Preconceito . Exclusão.
1.INTRODUÇÂO
Este artigo parte da compreensão que a adoção é, em si, um tema bastante complexo e controverso, entretanto essa complexidade torna-se mais contundente quando se trata da adoção tardia de crianças negras, visto que esta carrega um manto de preconceito, sendo normalmente associada a problemas e fracassos vividos pelos adotantes. Em geral, somente as crianças de até três anos de idade conseguem colocação em famílias substitutas brasileiras. A partir dessa idade, a adoção se torna mais difícil, os estudos apontam que, grande parte das crianças mais velhas ou adolescentes (destituídas do poder familiar), permanecem em instituições ou, mais raramente, são adotadas por estrangeiros. Partindo deste entendimento, o objetivo desta pesquisa está voltado para compreender as dificuldades de opção pela adoção tardia de crianças negras Percebemos que na prática adotiva a cor da pele, dentre outras particularidades, mostra-se como um agravante que pode dificultar o acesso ao direito à convivência familiar.
A adoção como prática social tem sido atravessada por crenças, valores e padrões de comportamento. Dentre os limites e preconceitos que atravessam o processo de adoção, verificamos o preconceito racial, constituindo-se um dos