Adorno e a música na contemporaneidade
Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação
Estudos críticos – Turma A– Prof.ª Aline Strelow
Data de Entrega: 13/março/2012
Nome: Lis Tópor
Adorno e a música na contemporaneidade
1. Das ideias do autor
Como Theodor W. Adorno escreveu em 1938, queixas sobre a decadência musical já eram antigas naquela época. A cada mudança, técnica ou não, sempre existirão aqueles para os quais essa evolução denegriu a arte, entrando principalmente na questão do que é “boa música” após tais desenvolvimentos. Em seu artigo “O Fetichismo na Música e a Regressão da Audição”, o autor citado mostra que é uma dessas pessoas. Adorno inicia sua crítica falando que o conceito de gostar está ultrapassado. Existe uma padronização tão grande dos produtos culturais, que não se pode falar em apreço por eles, mas sim em reconhecimento daqueles que são sucesso. Como consequência disso, a predileção volta-se não para a obra em si, mas para outros aspectos ao seu redor: a biografia da banda ou cantor, as situações nas quais tal música encaixa perfeitamente como trilha sonora, etc. As pessoas já não gostam de determinada música, reconhecem-na apenas, tornando o comportamento valorativo uma ficção. Já não se admira a música por seu caráter artístico, mas sim por outros aspectos, evidenciando seu potencial consumista. “A música de entretenimento preenche os vazios do silêncio que se instala entre as pessoas deformadas pelo medo, pelo cansaço e pela docilidade de escravos sem exigências” (ADORNO, 1938). Esse tipo de música, por ser para diversão (ou distração), caminha conforme aquilo que está em moda, transformando-se de acordo com essas mudanças. Ao invés de entreter, parece que emudece ainda mais os homens, servindo como pano de fundo para o auto isolamento. O autor defende que a massificação da música torna as pessoas amolecidas, passivas, e incapazes de falar. Logo, aprendem também a não escutar o que ouvem, ficando mais fácil para os produtores