adolescência
Por Giovanni Santa Rosa - giovanni.rosa@usp.br Publicado em 23/agosto/2012 | Editoria : Saúde | Imprimir |
Além dos hábitos alimentares e do estilo de vida, mais um aspecto pode estar relacionado à obesidade infantil: o fator emocional. Uma pesquisa realizada pela psicóloga Ana Rosa Gliber no Instituto de Psicologia (IP) da USP revela que o ganho de peso em crianças pode estar associado a situações de perda e características de personalidade e que pode haver a necessidade de psicoterapia no tratamento do problema.
Ingestão excessiva de alimentos é uma tentativa de manter algo bom dentro de si
Ana identificou, na dissertação de mestrado Um estudo compreensivo da personalidade de crianças obesas: enfoque kleiniano, a relação entre o ganho de peso e situações traumáticas ou de perda. Ela analisou a personalidade de seis crianças que não possuíam transtorno orgânico que justificasse a obesidade. Comer demais, para elas, é uma forma de amenizar o sofrimento e trazer tranqulidade. “Elas tentam preencher o vazio emocional e lidar com os problemas comendo, pois essa é uma forma de manter algo bom dentro de si. Se você tira isso, ela sente que perdeu algo bom”, afirma. Daí a importância da psicoterapia.
A pesquisadora também observou, em todos os casos, a presença de um problema amplamente discutido nos dias atuais: o bullying, ato de intimidação ou agressão, que pode ser psicológica ou física, praticado geralmente por um grupo de pessoas. As seis crianças passavam por situações do tipo, que as levavam ao isolamento e à depreciação de si, o que agravava ainda mais a questão psicológica que levava à obesidade.
Acompanhamento psicológico
A pesquisa, orientada pelo professor Avelino Luiz Rodrigues, conclui que não só os hábitos alimentares e o estilo de vida influenciam o ganho de peso, mas também a história de vida e o meio em que cada criança vive. Com esses resultados, Ana destaca a importância do