Adolescência e Contemporaneidade
Um aspecto importante é que o conceito, as características e, principalmente, a forma como se pensa a adolescência mudam e se transformam no decorrer do tempo, no passar das gerações. A complexidade e as controvérsias que se apresentam ao falarmos da adolescência fazem com que seja difícil uma definição e, até mesmo, um consenso, sobre o que é a adolescência, bem como suas características.
Jerusalinsky (2003) trata da questão da adolescência no seu contexto contemporâneo e também traça semelhanças desta fase, que ocorrem em todos os indivíduos, independentemente de sua cultura, com raríssimas exceções, como casos de patologias. O autor coloca que:
Evidentemente, há conotações cronológicas que situam esse estado num momento típico da vida, embora o parâmetro não seja exatamente o mesmo para as diferentes culturas. Porém, em qualquer cultura, há uma passagem entre a infância e a vida adulta que atravessa esse estado de indecisão que convoca a um iminente desfecho. Essa passagem vai do estado de proteção, que caracteriza a infância, ao estado de exposição, que caracteriza o adulto. O adulto é um ser exposto, porque cada um de seus atos e de suas palavras tem consequências. Na vida adulta, não dá para “fazer de conta”, enquanto que a infância caracteriza-se por “fazer de conta”. Entre esse “fazer de conta” pleno que caracteriza a infância e essa impossibilidade de “fazer de conta” própria do adulto, há uma passagem que se situa cronologicamente de modo variável nas diferentes culturas.
Sendo assim, não se pode compreender a adolescência apenas como uma fase, uma idade ou também como uma manifestação do