Administração
Sim, é possível formar empreendedores.
Investir nisso é bom para o país, bom para as empresas e bom para você.
Por David Cohen, de Babson
“Vocês sabem o que é felicidade?”, pergunta o professor Jeffry Timmons a uma turma de 40 empresários, altos executivos e acadêmicos no colégio de Babson, uma linda faculdade de negócios na periferia de Boston, conhecida como o maior centro de ensino de empreendedorismo dos Estados Unidos. Os alunos, gente como Richard Teerlink, ex-presidente da Harley-Davidson, respondem em coro: “Felicidade é um fluxo de caixa positivo!” Essa turma está assistindo a um seminário de cinco dias para formar professores de empreendedorismo, que vão dar aulas em faculdades dos Estados Unidos, da Europa, da Ásia e da América Latina. Boa parte é de gente que já ficou rica e agora quer passar sua experiência para a frente. Eles querem saber a melhor maneira de ensinar. Mas ensinar a empreender?!?? Para quê? Há poucas dúvidas, hoje, de que uma sociedade com mercado livre é capaz de produzir mais riqueza. Mas há uma condição primordial para que isso aconteça, uma característica sem a qual o mercado mais livre pode se tornar o menos aproveitado de todos: gente. Sem pessoas capazes de criar e aproveitar oportunidades, melhorar processos e inventar negócios, de pouco adiantaria ter o mercado mais livre do mundo. É aí que entra o espírito empreendedor - leia-se vontade e aptidão para realizar algo, deixar sua marca, fazer diferença. Pouco mais de 20 anos atrás, acreditava-se que as empresas com menos de 100 funcionários eram irrelevantes para analisar a economia de um país. Hoje, o consenso é outro. Nos Estados Unidos, a economia mais forte do planeta, estudos recentes mostraram que 81,5% dos empregos surgidos entre 1969 e 1976 nasceram nas novas companhias. Desde 1980, elas criaram 34 milhões de empregos, enquanto as 500 maiores empresas da lista da revista Fortune fechavam 5 milhões de vagas. No Brasil, as