Administração

O barato que sai caro

A cena se repete diariamente por todo o Brasil. Pouco depois de abastecer o carro, o motorista nota que ficou mais difícil dar a partida, percebe falhas no motor e lentidão na passagem da marcha, que se torna estranhamente irregular. Com o tempo, aparecem os engasgos, a perda de potência e os problemas na aceleração. Para completar, o carro passa a consumir mais. O diagnóstico costuma ser um só: combustível adulterado, uma prática que atinge sem discriminação carros à gasolina, álcool ou flex. É importante saber os riscos que seu carro corre andando com combustível ilegal e o que fazer para evitar esses problemas.
O modo mais comum de adulterar combustíveis é misturando-os com álcool hidratado (que contém água, diferente do álcool anidro combustível) e solventes com poder de combustão, como aguarrás. A água e as impurezas podem derreter as mangueiras de combustível, entupir o carburador, poluir o óleo lubrificante e sobrecarregar as velas e válvulas. Motores a álcool ainda correm o risco de ter seus pistões corroídos. Tanque, bicos injetores, filtros e a bomba de combustível também sofrem. A longo prazo, o motor pode até fundir, causando um prejuízo que pode chegar a R$ 5 mil, se for o caso de uma retífica completa! “Já aconteceu com o meu próprio carro”, narra Aydano Corrêa, proprietário da Auto Mecânica Mondego, no Rio de Janeiro. “A gasolina ruim transformou o óleo lubrificante em uma verdadeira goma, que criou uma crosta no cabeçote e entupiu a bomba de óleo. Deu um tremendo trabalho para limpar”.
Existem algumas recomendações simples que ajudam a evitar todo esse aborrecimento. O principal: desconfie de preços muito baixos. Os valores vão depender de acordo com a média de preço vigente em cada cidade. Por exemplo, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, a pessoa deve ficar atenta a qualquer estabelecimento que venda, em