Administração
Administração: Uma Disciplina Esquizofrênica?
Autores:
1º autor: Átila Belloquim – Mestre em Administração – FEA-USP
Email: atila@choose.com.br
2º autor: Beatriz Lacombe – Mestre em Administração – EAESP-FGV email: blacombe@uol.com.br
Administração: Uma Disciplina Esquizofrênica?
Resumo
Tem sido afirmado, nos círculos acadêmicos, que a Administração, no Brasil e nos EUA ao menos, é, em geral, Positivista e Funcionalista. No entanto, temos razão para suspeitar que o DNA da Administração não é tão simples assim. Um espécime tipicamente Norte-Americano de Filosofia é candidato ao exame de paternidade: o Pragmatismo. Assim, parece que a Administração padece de esquizofrenia, no sentido leigo e corriqueiro da palavra. Uma dupla personalidade, um problema de identidade. Positivista e Funcionalista em pesquisa e discurso, mas secretamente Pragmatista. O objetivo deste artigo é explorar estas questões, contribuindo para uma tempestiva atualização das classificações epistemológicas hoje dominantes. A revisão sobre os conceitos do Positivismo, Pragmatismo e Funcionalismo sugere fortemente que o ensino e a pesquisa em Administração vêm adotando métodos que mesclam os conceitos destas e de outras abordagens. No entanto, é preocupante o fato de que, nesse processo de mesclagem, alguns dos pressupostos fundamentais de cada abordagem são ignorados, o que pode estar prejudicando a qualidade da produção acadêmica e do ensino em Administração.
A Dupla Personalidade da Administração
Tem sido afirmado, nos círculos acadêmicos, que a Administração, no Brasil e nos EUA ao menos, é, em geral, Positivista e Funcionalista (Martins, 1997; Burrell e Morgan, 1980). Filha que é da Economia, da Sociologia e da Psicologia, especialmente das versões dessas disciplinas praticadas nos EUA, sua genealogia é tida por muitos como marcada por Auguste Comte e seus sucessores. Essa concepção é compartilhada tanto pelos defensores