Administração
Idalberto Chiavenato Você se lembra do impacto inicial do apagão na vida das empresas? Foi um correcorre danado para reajustar as operações dentro dos padrões estreitos da oferta de energia. E o ataque terrorista a Nova York que deixou centenas de empresas sem os seus escritórios centrais? A sua empresa está preparada para essas situações imprevistas e de emergência? Isto nos lembra o conceito de resiliência. A resiliência é um tema bastante atual na Administração e nos negócios. Em nosso livro "Introdução à Teoria Geral da Administração" (Editora Campus, 6a. edição, 2000, pág. 555) abordamos o tema resiliência ao tratarmos da teoria de sistemas. Em linguagem científica, a resiliência é a capacidade de um sistema de superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo e manter-se inalterado. As organizações - como sistemas abertos - apresentam essa capacidade de enfrentar e superar perturbações externas provocadas pela sociedade sem que desapareça seu potencial de autoorganização. É a resiliência que determina o grau de defesa ou vulnerabilidade do sistema às pressões ambientais externas. Mesmo quando vergadas pelo forte vento as árvores voltam novamente a empinar-se após a tempestade. Isso explica que quando uma organização apresenta elevada resiliência, certas tentativas de simples recauchutagem de modelos tradicionais e burocráticos sofrem forte resistência ao avanço da inovação e da mudança e mantém-se como sempre estiveram. A saída, nesses casos, não está em programas de desenvolvimento, mas em esforços de mudanças para ultrapassar seu nível de resiliência. A resiliência, portanto, é uma característica sistêmica que garante o estado firme da organização malgrado todas as perturbações externas. Todavia, há que se preservar dois aspectos antagônicos e contraditórios na vida de um sistema: de um lado, a manutenção do statu quo (resiliência) e, de outro lado, a adaptabilidade do sistema (morfogênese) ao seu meio ambiente. Dois